Sobre transitar na dualidade da vida

O verdadeiro equilíbrio é saber dançar a dança da vida, com seus altos e baixos, buscando se renovar e abraçar os novos ciclos que chegam.

Essa semana terminei meu quarto livro do ano: Meditando a vida, um livro que fala sobre a filosofia budista. Eu sempre fui uma pessoa que gosta de ler e aprender diversos assuntos, já contei para vocês aqui o quanto tenho uma curiosidade aguçada em mim. E nessa jornada de autoconhecimento me permito ainda mais ler sobre coisas diferentes, isso abre a mente para novas perspectivas que sejam interessantes e vão me agregar de alguma forma também.

Este foi um livro que me trouxe uma perspectiva bem diferente sobre a filosofia budista, que eu já simpatizava. Logo de início, o autor fala sobre a vida ser dual, no qual sempre vai existir o lado bom e o lado ruim, sempre existirá o sofrimento e a felicidade. Ele traz a grande questão do quanto nos fixamos com determinadas ideias e crenças, impedindo que a gente expanda nossa consciência e enxergue além. Principalmente pelo fato que a vida não é estática, estamos sujeitos a impermeabilidade da vida e quando vivemos um momento desafiador ou um momento feliz nos apegamos a isso, e muito por isso acabamos agarrados ao sofrimento. Nos apegamos ao que nos acontece externamente, quanto na verdade o estado de paz, felicidade, amor, compaixão está dentro de cada um de nós.

Condicionamos tanto a felicidade, o estado de paz, ao fato de que precisamos de x, y, z para ser feliz e ter paz que os dois acabam não sendo possível. Esquecemos que tudo é impermanente na vida, assim como o autor traz no livro. Se condicionamos a felicidade a esses fatores externos ela consequentemente fica cada vez mais distante, já pensou sobre isso? E acabamos vibrando sempre na falta, na escassez.

Desde que iniciei minha jornada de autoconhecimento em 2020, já passei por diversos altos e baixos, e sem dúvida muito desafios (se você ainda não leu meu livro conto o início dessa minha história na jornada de autoconhecimento e como foi essa transição de vida e na carreira também).

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Entretanto, se eu achava em 2021 quando cheguei na Irlanda que já me conhecia muito, tenho que admitir e confessar que:

A maternidade hoje, 5 anos após o início dessa jornada toda, está sendo uma das minhas mais profundas causas para me autoconhecer. Uma outra Andrea vem nascendo enquanto vou me despedindo de outra Andrea, novamente.

A transformação é de dentro para fora. Entregando flores para Iemanjá, em agradecimento por poder vivenciar o milagre da maternidade. Peniche, Portugal. Foto arquivo pessoal. Fotografia @okaynomundo

É um eterno renascer e morrer!

Com a maternidade, meu olhar sobre a vida vem se transformando, e não sei explicar como isso acontece afinal a maternidade continua sendo para mim algo indescritível da natureza, de tão perfeito e louco que é. Toda vez que sinto meu filho mexer eu penso “nossa tem um ser humano crescendo dentro de mim, e é meu filho” é uma loucura, um poder que nasce dentro atrelado a enxurrada de pensamentos, emoções que se passa dentro de nós.

E abrindo o jogo aqui com vocês, para quem já me conhece sabe disso, já fui uma pessoa muito seca, muito dura comigo mesmo, me vestia com uma armadura por conta dos meus traumas, medos, vergonha e dores e dali não queria sair. É desafiador olhar nossas feridas, requer coragem. Entretanto a jornada de autoconhecimento foi me trazendo uma outra perspectiva de vida e assim fui me envolvendo cada vez mais com a espiritualidade, tarot, astrologia e terapias holísticas fui removendo essa armadura um dia de cada vez. E ainda continuo.

E hoje vivendo uma gestação posso dizer que não tem mais espaço para essa armadura, não tem mais espaço para a rigidez e secura. Sigo aprendendo sobre esse tal de amor incondicional, sei que ainda tem muito por vir, e sei também que não tem manual. O único manual para mim hoje, como traz a espiritualidade, é o amor que doamos a esse serzinho que cresce dentro de nós, que já foi apenas uma sementinha.

Assim também são nossos planos e sonhos, nada começa pronto tudo se origina de uma semente, mas precisamos regar ela com amor, nos envolver, colocar paixão, atenção, cuidado para que seja possível florescer e prosperar. A terra precisa estar fértil. E mesmo que aconteçam temporais, o caos chegue, ou a maré mude, ter e praticar a sabedoria de transitar por esses momentos, cultivando dentro de si o que realmente importa.

Saber dançar a dança da vida é uma pratica diária. Afinal, somos humanos né, e de vez em quando é normal não estar bem.

Reconhecer os altos e baixos, assim como o arcano maior X Roda da Fortuna no Tarot, é o gatilho para evitar permanecer num estágio de luto eternamente. E com uma lua nova que chegou no signo de peixes no ultimo dia 27/02, nada mais sincrônico que nos entregarmos a essa sensibilidade, conexão com nossa alma, sonhos, imaginação e fé mesmo que a gente não veja o outro lado da roda, mas confiar que ela vai girar sempre.

Um desejo para todos que envio hoje, é que a lua nova venha molhando nossa terra seca assim como a chuva molha a terra seca e sobe aquele cheirinho de chuva que é uma delícia, não é?! Que a gente se permita através da conexão da nossa intuição molhar esse terreno seco para que a gente possa ter uma terra fértil para fazer nossas sementes florescerem e nossos sonhos virarem realidade.

E chegando ao final desse newsletter, te convido a assistir o quadro Bate Papo com Tarot dessa Lua nova no meu canal Baseado em Vênus no YouTube e se inspirar, motivar, anotar as dicas para fazer do seu semear o melhor para você.

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Uma excelente Lua Nova e nos vemos na próxima semana quando a lua ja estara na sua fase crescente!

Muito Axé!

Andrea Paya

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